PARTE V
Os Trophéos da Brigada Militar: NÃO CHEGOU A HAVER
INQUERITO NO TEMPO DO SR. JOAQUIM BARATA – PRESTES A SER CONCLUIDO O INQUERITO
POLICIAL – PRISÃO PREVENTIVA CONTRA UM EX-THESOUREIRO DA POLICIA? (escrita da época)


Assim, o capitão Napoleão Jansen de Sá Meirelles,
commandante da extinta Companhia de Estabelecimento, em 5 de junho de 1934,
officiou ao sr. interventor Joaquim Barata, propondo que fossem entregue á
guarda do Instituto Historico e Geographico do Pará, os trophéos e joias de
ouro e brilhantes, pertencentes a Brigada Militar, declarando nesse officio,
que tem o numero 544, que melhor seria estarem no Instituto, á disposição do
publico, do que “guardados a sete chaves numa burra”.
Ainda no mesmo officio, informou o capitão Meirelles, actual
major do B. C. da Força Publica, que constava estarem as joias e trophéos
depositados na Secretaria da Fazenda, então confiada á direcção do dr.
Clementino Lisbôa.

“De accôrdo. Ao dr. Hurley, para em meu nome, dar as
providencias necessárias a satisfazer esta suggestão”.
De posse desse officio, o procurador geral, que tambem era e
é ainda o presidente do Instituto Historico, enviou ao commandante da Companhia
de Estabelecimento o seguinte officio:


Volveu o capitão Meirelles a officiar a Procuradoria Geral, dizendo
que no cofre daquella Companhia existiam apenas tres batutas de ebano, com
inscrustações de prata, alguns passadores de ouro destinados a officiaes,
passadores de cobre e prata, e que os outros objectos de maior valor consta do
mappa carga, onde deveriam estar relacionados os seus destinos.

Á vista do exposto, o
desembargador Harley entendeu-se pessoalmente com o sr. Barata, fazendo-lhe crér
que o Instituto Historico, não tendo sede para guardar os trophéos e joias de
ouro e pedras preciosas de alto valor, seria melhor deixal-os onde estavam
trancados, “numa burra a sete chaves” na Secretaria da Fazenda, segundo a
relato do actual major Meirelles.

Não houve portanto inquerito
propriamente dito na extincta Corregedoria, a respeito de taes joias e trophéos
como, por equivoco informara á Policia um official que alli depoz.
Essas informações, segundo
ouvimos, foram prestadas ao sr. chefe de Policia, que teria officiado ao
desembargador Jorge Harley sobre os factos ora relatados.
O inquerito policial está em vias
de conclusão.
Segundo colheu a nossa
reportagem, o inquerito policial a cargo do dr. Salvador Borborema, 3.°
delegado auxiliar, está em fase de conclusão.
Para isso faltam apenas algumas
providencias, que estão sendo tomadas, devendo o inquerito ficar concluído
dentro do previsto da Prissão preventiva para um ex-thesoureiro da Policia?
Como foi noticiado falamos que o
ex-thesoureiro da Policia, sr. Marcolino Carvalho, está envolvido nesse
remoroso caso.
Constatou á nossa reportagem que
o referido ex-funcionario, deverá chegar a esta capital num dos proximos navios
esperados do sul, em virtude de prissão preventiva requerida pela policia desta
capital á do Ceará, onde se diz encontrar-se Marcolino Carvalho. (escrita da época)
Fonte: Jornal Folha do
Norte, pag. 01 de 10 MAR 1936 – Biblioteca Artur Vianna
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