terça-feira, 25 de setembro de 2018

CORONEL ANTONIO DIAS SERGIO VIEIRA DA FONTOURA.

      A psícologia da tragedia de Canudos, com os seus complexos de mística plebeia e bravuras anônimas, estadeadas em um surto de fanatismo, que chegou a beirar ás raias de prodigio, todos nós a conhecemos: gisou-a, genialmente, o cálamo do infeliz estilista d' "Os Sertões".                                                                                       Vale, todavia, num breve registro de jornal, recordar o episódia dantesco, referto de audacias patrioticas, em que horvéra de fulgir, eternizando-se para nossa comovida admiração, o vulto de um paraénse: precisamente o coronel Antonio Dias Sergio Vieira da Fontoura, que foi, em 1897, em data idêntica á de hoje o heroismo do Brasil na gloria de uma arrancada temerária a que se deve a salvação do brio militar da nacionalidade e que ascendeu nos espíritos, mesmo os mais tíbios  ou vacilantes a certeza de que o principio de autoridade e os imperativos da legalidade naquela tremenda hora da Repuca não se haviam aniquilado.
      Marchando a sós com a gente sob meu comando os policiais de nossa Força Pública por deliberação propria contra os formidaveis antros e esconderijos dos jagunços então ainda vitoriosos e que no triunfo cruento, tinham santificado impavidos elementos das tropas federais, o coronel Fontoura os combateu vigorosamente, surpreendendo o país com abatê-los do apice de sua fama de invenciveis, destroçando-os e aniquilando-lhes a tatica de cangaceiros, que a fé cega num chefe bravo e bronco elevára ao pínaculo das afoitezas, até então, corôadas de sinistro éxito.
      Nossa Policia Militar, naquele dia, com o esplêndido feito épico, desangustiou a nação, reerguendo o moral  e galvanizando-lhe as esperanças, que refloriram, vividas e imarcessiveis, libertando as instituições da ignominia e das máculas de uma tristeza que nos doía n'alma' pertubando-nos o porvir, prenhe de nuvens tétricas... E foi a decisão enérgica, varonil, singular do Soldado Paraense, sintétizado na personalidade do nosso comterraneo, que proporcionou á nação o desafogo a que aludimos e que imensamente util, no seu aspecto pragmático, foi ao regimem e ao país. Por isso mesmo é que, havendo o governo do Pará de eleger um dia para ser o de nossa Força Publica selecionou o de 25 de setembro, num preito justissimo á memoria do coronel Fontoura, major honorário do nosso Exército e benemerito não só de sua corporação como da República. (escrita da época).
Fonte: Jornal Folha do Norte, pág. 01 de 25 SET 1941. 

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