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Imagem do livro de Dantas Feitosa |
Dantas
de Feitosa publicou no ano de 1994 o livro intitulado Antecedentes
Históricos da Polícia Militar do Pará (livro com figura ao lado) que se caracteriza por uma colcha de
retalhos, pois tentou abarcar inúmeros assuntos, mas não dispôs de profundidade em boa parte deles.
Tratou de assuntos os mais variados, como estudo heráldico (armas e bandeira do Estado, faixa governamental e o brasão da PM), genealogia (linhagem dos Montenegro), música (hino do Pará e canção do soldado), a criação
da PM, filatelia (o selo na história do Pará), a Escola Tiradentes, a casa do Coronel Fontoura, a fundação do Grêmio Cívico "Honorato Filgueiras" (Colégio Paes de Carvalho) constituindo-se, apesar
disso no responsável pela revisão da data de criação da PMPA.
O seu
empreendimento, em certa medida, constitui-se em tentativa de agradar o
Comandante-Geral Coronel Cleto Fonseca e o governador Jader Barbalho.
Ao
apresentar a data de criação da PM do Pará, em 1818, faz uma cronologia que
recua até o distante ano de 1383 quando foram criados, em Portugal, os
“Quadrilheiros”, ato do Rei Dom Fernando I. Recupera, em data de 1667, o
decreto régio de mesma data que impunha pena de degredo para o Maranhão e
Grão-Pará aos sentenciados.
Outra
notícia importante que traz Feitosa é a criação em 1774 pelo governador do
Grão-Pará João Pereira Caldas de uma Guarda de Cavalaria, um ano antes da
criação em Minas Gerais do Regimento Regular de Cavalaria em que serviu o
Alferes Tiradentes.
Já em
1798, teria, segundo Feitosa, sido criados os Corpos de Milicianos Ligeiros do
Estado do Grão-Pará que, segundo ele “foram as primeiras unidades genuinamente
paraenses, sendo extintas pela lei de 22 de agosto de 1831”.
Em
1801 afirma Feitosa que o Corpo de Quadrilheiro ainda existia com a denominação
de Corpo de Guarda Real de Polícia com efetivo de 1.200 homens, abordando em
seguida fatos interessantes que foram impactando a estrutura das tropas no
Pará.
Ele
finalmente apresenta o ano de 1818 como o exato de criação da Polícia Militar
do Pará, citando o antigo livro de Antonio Baena, o Compêndio das Eras da
Província do Pará, do distante ano de 1838, como sendo a fonte de evidência
dessa data, trazendo na íntegra em seu livro a cópia exata do livro de Baena
que narra a criação do Corpo de Polícia, em 1818.
Além
disso, Feitosa discorre que deixou quase concluída essa pesquisa no comando do
Coronel Francisco Ribeiro Machado sob o título de Fundamentos Históricos da
Polícia Militar do Pará.
Fato
ainda interessante narrado por Feitosa foi ter encontrado nos arquivos da
Fundação Cultural Abaetense informações genealógicas do sogro do Coronel
Fontoura, o abaetense Rodrigo da Gama e Costa, major ajudante de ordens do
Conde d’Eu na Guerra do Paraguai.
Feitosa
comenta os equívocos de Orvácio marreca e de Moraes Rego quanto às incorreções
sobre a data de criação da PMPA. O primeiro atribuiu ao ano de 1820 e o
segundo, 1822.
Importante
destacar que Feitosa traz em seu livro, com data de 1829 a correspondência do
Conde de Villa-Flor ao Ajudante José Victorino de Amarantes, a 30/06/1820,
ainda no comando da Polícia, dando prova da existência do mesmo Corpo de
Polícia havia três anos de criada pelo mesmo Villa-Flor.
Para o
estudo da História da PMPA Feitosa merece destaque por recuperar a cronologia
de Baena (1838) para a criação da PM, ao que parece, obra esquecida ou
desconhecida de autores posteriores como Orvácio Marreca e Moraes Rego.
O livro foi escaneado e encontra-se compondo a biblioteca deste blog para o deleite, leitura de nossos internautas e visitantes, contribuição para que não se deixe perder essa obra rara do memorialismo paraense.
Para acessar o livro, clique AQUI.
(a)
Ronaldo Braga Charlet – Tenente Coronel PM
Referências:
FEITOSA,
Dantas de. Antecedentes Históricos da Polícia Militar do Pará. Belém:
Ed. Princeps, 1994.