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domingo, 4 de março de 2018

Parte III

Os trophéos da Brigada Militar; Proseguem os inqueritos na Policia, que está em boa pista. (escrita da época)

     Continua correndo na 3ª delegacia-auxiliar, sobre a presidencia do dr. Salvador Borborema, o inquerito para apurar a responsabilidade do desapparecimento dos trophéos pertencentes á antiga Brigada Militar do Estado.
     Varios têm sido os depoimentos tomados e podemos asseverar que a policia está numa pista segura.
     Entre os provaveis auctores do desapparecimento dos trophéos, figura o ex-thesoureiro da policia Civil, de nome Marcolino Rottildes de Carvalho, presentemente em Fortaleza, exercendo as funcções de escripturario do Departamento de Agricultura daquelle Estado.
     Marcolino exerceu as funcções de thesoureiro da Policia na gestão do sr. Eduardo Chermont, sendo exonerado em 1932, já na administração do sr. Nogueira de Farias.
     Hontem, prestou depoimento um rapaz que exerce sua actividade em nosso commercio, na compra de ouro para certa casa de penhores, a quem Marcolino teria entregue, quando thesoureiro da policia, certa quantidade de ouro para vender.
     Em seu depoimento esse rapaz, conforme informações fidedignas colhidas pela nossa reportagem, declarou ter realmente, em fins de 1931, sido encarregado por Marcolino da venda de mais de 400 grammas de ouro, em peças quebradas, venda essa que effectuou á razão de 4 mil e poucos réis a gramma.
     Dessa transacção, tirou sua commissão habitual, não mais tendo tido negocios com Marcolino.
     Ao que sabemos, a nossa policia vae requisitar á do Ceará a vinda do ex-thesoureiro a esta capital, a fim de prestar esclarecimentos que julga necessarios para a completa elucidação do caso.
     O que parece certo é que o desaparecimento das reliquias de nossa Força Publica, ocorreu nas gestões dos srs. Eduardo Chermont ou Nogueira de Farias, na policia.
     Com relação á declaração feita, hontem, pelo “O Estado”, de que os botões da farda do ex-interventor são de metal mandado buscar na Intendencia de Guerra e não de ouro, será facil ao dr. Salvador Borborema passar uma vista nas collecções do “Diario do Estado”, de janeiro a 4 de abril de 1935. (escrita da época)

Fonte: Jornal Folha do Norte, pag. 01 de 29 FEV 1936 – Biblioteca Artur Vianna

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